segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fazer Sucesso é.......

Espaços lúdicos e coloridos criaram um novo padrão de ambiente de trabalho para os jovens brasileiros

A decoração do escritório do Google no Brasil combina móveis de design baseados nos princípios da ergonomia com redes, pufes, tabuleiros de xadrez, bolas de basquete e de futebol e videogames de última geração, disponíveis para uso no horário de trabalho. Imaginados para que os profissionais relaxassem, descarregassem energia e estimulassem a criatividade, os espaços lúdicos e coloridos criaram um novo padrão de ambiente de trabalho para os jovens brasileiros.

Um levantamento realizado, neste ano, com 35 mil brasileiros entre 17 e 28 anos de idade, a maioria deles de classe média ou alta, apontou o Google em primeiro lugar na lista de empresas dos sonhos, superando organizações como a Natura, a Microsoft, a Vale ou a Petrobras.

O imaginário em torno do Google revela a mentalidade da elite jovem do país, com suas esperanças e ilusões. Ao mesmo tempo, mostra o desafio de atrair talentos, preocupação de dez entre dez empresários, todos angustiados com o apagão de trabalhadores qualificados.

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Feito por uma agência especializada em seleção de estagiários e trainees para grandes empresas (Cia. de Talentos), o levantamento tentou descobrir o que significa sucesso.

Sucesso, em primeiro lugar, é fazer aquilo de que se gosta (36%). Em segundo lugar, equilíbrio entre vida profissional e pessoal (20%). Em terceiro, sensação de realização (17%), seguida de reconhecimento.

Ser bem-sucedido financeiramente aparece em quinto lugar, com 5%. Muito dinheiro no bolso não vale o preço do aborrecimento, da rotina e da vida pessoal em frangalhos.

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Essas prioridades confirmam-se em outro trecho da pesquisa, em que os jovens dizem o que os faria deixar uma empresa – e estamos falando sobretudo de jovens das classes mais abastadas, com mais e melhor escolaridade. As três mais importantes razões para ir embora: ambiente de trabalho ruim (27%), pouco desenvolvimento profissional (16%) e baixa qualidade de vida (11%). De novo, questões materiais não estão no topo: estabilidade de emprego ficou com 7%; salários e benefícios, com 5%.

Com suas inovações e ambiente informal, o Google captou o desejo -e a ilusão- de trabalhar em um lugar em que também se pode brincar. Ilusão porque os profissionais daquela empresa, embora se sintam num ambiente estimulante, são submetidos a uma pressão constante, avaliados por metas trimestrais, cercados de competidores. Todos aqueles brinquedos foram colocados ali para que eles sejam mais produtivos. Gente muito estressada, como sabemos, deixa rapidamente de ser produtiva e inventiva.

E o que não falta no mundo das novas mídias é estresse. Lembremos que, no ano passado, o Kindle foi apresentado como a mais fantástica inovação para ler livros. Em poucos meses, foi suplantado pelo iPad. Os mais jovens já estão decretando a morte do e-mail. Com seu culto aos 140 caracteres, o Twitter abateu a supremacia dos blogs. O Facebook desbastou a força do Orkut, e o YouTube passou para trás o MySpace.

É ilusão achar que, nesse ambiente, se produz gente com o equilíbrio emocional de um monge budista.

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Ninguém discorda de que uma grande meta na vida é fazer aquilo de que se gosta. Vale mesmo muito mais do que estar doente e cheio de dinheiro, gasto em ansiolíticos, tranquilizantes e terapeutas.

Mas há um problema: parte dos jovens das classes média e alta vêm revelando baixa capacidade de suportar frustração, resultado do excesso de proteção familiar combinado com a vontade de atender desejos de imediato. O ambiente de mídias sociais abalou as noções de hierarquia e o reforço dos processos colaborativos. Na internet, a interatividade é a regra básica.

Leia a coluna completa no jornal Folha de S.Paulo.matéria publicada Gilberto Dimenstein em 16/07/10

4 comentários:

Malu Daparte disse...

É, como falamos na nossa última aula da GC com o Prof. André: - estamos exatamente no momento da transição de todo um modo de SER e de VIVER para um outro estilo de vida, onde Tudo é substituido rapidamente. O que me preocupa é: Como "construir" Valores ( que por definição são perenes e sólidos) numa dinâmica como essa?

Obrigado colega Zeca pela reflexão!

Malu Daparte

Unknown disse...

Li um conceito uma vez que diz que Sucesso é conseguir aquilo que você quer, e que felicidade, é querer aquilo que você conseguiu!!!
Adorei o post.

Anônimo disse...

Concordo plenamente que a qualidade do ambiente de trabalho é algo muito mais estimulador do que a remuneração, pois já senti isto na pele.

Willder Magalhães disse...

Concordo plenamente que a qualidade do ambiente de trabalho é algo muito mais estimulador do que a remuneração, pois já senti isto na pele.