terça-feira, 3 de agosto de 2010

Troca de emprego por mais salário bate recorde

Artigo de grande interesse para todos nós que gerenciamos pessoas, precisamos cada vez mais ficarmos atentos aos sinais que nossos colaboradores nos dão, para não entramos também nesse tipo de estatística.
Zeca Campos-FGV


A contrapartida do aumento das demissões por decisão do trabalhador é a ampliação da taxa de rotatividade no emprego formal
Depois de trabalhar durante três anos em uma única empresa, o economista Glauco Lins Camargo, de 32 anos, já mudou duas vezes de emprego neste ano, com dois aumentos de salário. Ele é um exemplo claro do que ocorre no mercado de trabalho brasileiro. Nos primeiros cinco meses do ano, dois recordes mudaram o padrão desse mercado. De janeiro a maio, 30,5% das pessoas desligadas pediram demissão, percentual bem acima do auge anterior, de 26%, registrado em 2008. A troca de emprego por decisão do trabalhador levou à outra mudança inédita, a redução dos pedidos de seguro-desemprego para o menor nível em dez anos.
A contrapartida do aumento das demissões por decisão do trabalhador é a ampliação da taxa de rotatividade no emprego formal, que nunca foi tão alta em um início de ano. O indicador construído pelo Ministério do Trabalho mostra quantos trabalhadores foram substituídos em uma empresa ou setor no mês em análise. A rotatividade média oscila, desde 2005, em torno de 3,6% ao mês. Em junho, atingiu a marca de 4,10 pontos, a maior para o mês desde 2005.
A rotatividade, em geral, decorre da decisão das empresas de trocar seus funcionários, seja por inadequação ou para reduzir os custos da folha de pagamentos. Os dados de 2010 indicam que, neste ano, a taxa está aumentando também por decisão dos trabalhadores, que encontram empregos com maior remuneração, como no caso do economista Camargo. Por isso, a rotatividade ajuda a reduzir a demanda por seguro-desemprego.
A menor disposição para pedir seguro-desemprego é inédita. No biênio 2007/2008, quando o PIB também teve forte aumento, a proporção de trabalhadores que solicitaram o benefício em relação aos que foram dispensados sem justa causa variou entre 87,2% e 77,3%. Neste ano, essa taxa caiu de 78% em fevereiro para 71% em abril e 57,9% em maio, o menor nível de toda a série histórica.

João Villaverde e Samantha Maia, de São Paulo
02/08/2010
Matéria: Valor Econômico - online

5 comentários:

Unknown disse...

Zeca,
realmente isso é uma verdade.Na minha opinião,antes a rotatividade era vista como muito ruim para as empresas, não que hoje vemos isso de uma forma positiva, mas acho que não assusta tanto quanto antes. As pessoas estão mais aceleradas, buscam conhecer mais, desenvolver mais e as vezes aquele lugar não é o que lhe dará essa possibilidade e junto com isso vem a questão salarial também, pois sabemos que quando o mercado está aquecido podemos escolher qual a melhor opção...
Interessante!

Unknown disse...

apenas como observação...Flaflu não é nem flamengo nem fluminense tá? é meu apelido! rs
Flávia

Patrícia MDS disse...

Muito interessante Zeca, e é o que tenho observado mesmo.
Uma vez que a folha de pagamento é um grande peso nas despesas das organizações, como criar um contexto atrativo para chamar e reter talentos? Engraçado que o RH sempre teve o jargão que "o comercial é quem tem que ganhar dinheiro, o RH torra tudo" em folha, benefícios, programas de DO,etc.
Mas faz muitas décadas que isso não se aplica, o RH que não se inserir na visão de negócios da empresa pode comprometer o futuro dessa.
Vc trouxe uma questão muito séria que precisa ser analisada com atenção e profundidade.

Abraços,
Patrícia Machado Dias e Silva
GC News

Malu Daparte disse...

Zeca,

Seu Post reforça a importância das Empresas Valorizarem bem seus colaboradores. Essa é uma responsabilidade formal de RH, mas todos nós, como você colocou, devemos estar atentos para essa Questão. É claro que salário é importante e é o detonador do pedido de demissão do funcionário.
Mas lembrando as palavras do Prof. Brandão: As Pessoas quase nunca deixam a Empresa, as Pessoas deixam os seu Líderes.

Ter Lideranças que saibam Valorizar, Respeitar, Desafiar e Motivar pessoas é um grande diferencial de retenção de Talentos!!

Obrigada pelo Post!

Malu Daparte

Fernanda Souza disse...

Na área em que atuo isso sempre aconteceu, desde o ano passado em minha empresa conseguimos diminuir essa rotatividade nos aproximando dos funcionários de forma que muitos nos consultaram quando receberam outra proposta de trabalho e acabaram optando em permanecer conosco.
Porém, para chegar neste patamar é necessário muito esforço, programas de gestão, etc. Trazer profissionais é muito mais fácil do que retê-los.

Abçs,